quarta-feira, 25 de julho de 2012

INTRODUÇÃO

Antes de tudo, consideramos que a Teologia Transhistórica é uma teologia de caráter cristão, porém, não necessariamente se associa a tradição do Cristianismo, apesar de correr o risco de ser rotulada como tal, pois, não tem como objetivo ser um discurso destinado e ligado à religião ou à tradição cristã, seja ela qual for a confissão: católica, protestante, evangélica, espírita, etc.
Como espaço discursivo, a Teologia Transhistórica, está aberto a todos aqueles que se identificam ou tem simpatia pela espiritualidade cristã. Para nós, a espiritualidade Cristã, ultrapassa as fronteiras religiosas e, é a marca central do Reino de Deus, em outras palavras, ela não é, de forma alguma, propriedade de um individuo ou de uma instituição religiosa por ser algo que acreditamos não ser instrumental ou da ordem das idéias (ou se preferir ideológica.), e sim, da ordem do Reino de Deus, da graça, dado não por discurso humano mais divino, um dádiva de Deus no qual o seu principal caminho se dá pela Fé, Esperança e  Amor( ver1 Cor. 13.).
Assim, apesar da Teologia Transhistórica apresentar  um caráter discursivo como os demais discursos teológicos, desde já, destacamos nossas pretensões de não  produzir um discurso de caráter dogmático  ou doutrinário, discurso simbólico instrumental que tem como fim à si mesmo tanto em seu conteúdo como em sua própria forma ou lógica discursiva.
Ela é um discurso lógico dentre os demais discursos, e que por sua natureza signica, (natureza fundamental da linguagem.), não pode jamais prometer ser completa e plena, pois, como sabemos,  o caráter do signo é de representação e não apresentação. O signo em si é de natureza  faltante, no sentido em que ao  tentar em suas tramas representar o real, já o distorce pela sua própria forma produzindo uma versão segunda do real a qual chamamos de realidade. O signo humano é ideológico por natureza, assim o mais honesto quando se pretende expor e produzir discursos é declararmos de partida nossa condição de parcialidade e de posicionamento inevitável que a linguagem nos coloca.
Apesar de ideológico, nossa postura perante o discurso é de procurarmos estarmos sempre atentos para não tomarmos ele, como uma teoria ou verdade que merece um engajamento pleno  e absoluto, como vemos no caso  da postura de sujeitos fundamentalistas, que ao olhar  seu discurso como lei, verdade pura e sagrada, passam a  lutar por ele, como lutasse-se por seu próprio eu, surgindo assim uma identidade por vezes fanática.
 Veremos mais adiante que a Teologia transhistórica visa antes de tudo, ser um discurso indicial que tem como base ética sempre questionar-se e jamais competir com a espiritualide que é o caminho em que o cristão deve-se apoiar. A fé e o amor é a realidade  e verdade dada aos homens pela graça de Deus e que apesar de cruzar com outras realidades e discursos históricos e ideológico do homem, não pode ser confundida como tal. Aqui é o ponto principal da teologia transhistórica, ser uma perspectiva,  que se esforça em vislumbrar esse algo que deixa suas marcas e  indícios na história individual e social do humano e, por sua própria natureza escapa e transpassa a história de modo a resistir a qualquer simbolização, ou seja, passa pela história humana mas, foge à qualquer tipo de controle humano,  assim aqueles que algum dia pensaram em ter possuído em seus domínios caiu na ilusão e tentação de uma outra natureza, mais conhecida como dia-bólica.

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