terça-feira, 21 de agosto de 2012

Perspectiva epistêmica da T.T - Parte I - A tríade

Perspectiva epistêmica da Teologia Transistórica. (T.T)

Em outros textos iniciais vimos que a  T.T. não almeja ser uma ciência no sentido moderno, não intenta ser uma teoria teológica e sim uma perspectiva. Essa perspectiva parte de um ponto de vista que podemos chamar de pós-histórico ou pós-moderno, num sentido em que procura abandonar uma visão cartesiana do dualismo corpo x mente, espírito x matéria e sua máxima modernista do cogito "penso logo existo", como outras idéias que serão abordadas mais adiante.
Porém queremos ressaltar que, diferente  de alguns preconceituosos do termo, o conceito pós-moderno esta longe de uma idéia unida num bloco de referência formando um todo hegemônico, isso seria contraditório a sua própria marca do pluralismo, talvez esta seja, a questão de mal estar que o pós moderno coloca pra todos, em especial  para aqueles que gostam de gozar de certezas e dogmas generalistas que servem mas para rotular e controlar as pessoas do que valorizar  a questão de uma verdade mais complexa.
Acreditamos que há uma condição ou um fenômeno no ar, que traz um mal estar e, que muitos já estão nomeando como pós-moderno, mas, isso não indica que há um partido unido chamado de pós-modernista, pelo contrario, o pós-moderno é apenas um termo indicial e não substancial, que aponta para essa condição atual onde a tendência de dar crédito a grandes partidos e idéias universais, para infelicidade de muitos que tem o delírio pelo poder das massas, chegou ao fim ou se dará mais pelo viés das formas do que pelas ideologias conteudistas.
            Claro que há pontos negativos nessa nova fase da sociedade mas, antes de criticá-la de maneira desesperada é preciso primeiro,  dar conta do que se trata, pois algo mudou ontologicamente na mentalidade atual  e, que por sinal, não  tem volta e, como todas as mudanças paradigmáticas do ocidente, mudou para o bem e para o mal. 
            Assim como outras perspectivas   de conhecimento, como a psicanálise e a semiótica,  a T.T. abandona a visão dualista cartesiana que aceita uma separação estranha entre matéria e espírito ou corpo e mente e assume uma visão triadica.  Essa visão tem como inspiração a filosofia e a semiótica peirceana - de Charles Sanders Peirce -  e idéias da psicanálise lacaniana - de Jacques Lacan. Também, se trata de uma perspectiva bem comum ao cristianismo, onde encontramos uma perspectiva triadica do fenômeno Divino e que como veremos adiante parece, ao nosso modo de ver, um ponto de vista  mais adequada a “cosmovisão cristã” como veremos mais adiante.
          A apresentação desse modulo da perspectiva epistêmica é de fundamental  importância, pois visa apontar num primeiro momento a leitura ou o viés óptico da Teologia Transistórica.
            Iniciaremos então pela trilogia: Real, Icônico e Logônico. Estes conceitos são inspirados na semiótica e na psicanálise, Na T.T. trará seus próprios contornos sem necessariamente manter laços com a sua origem devido seu  rumo distinto.
Real, logônico e simbólico são três categorias epistêmicas que procuram dar conta da complexidade dos fenômenos e da vida humana em sua “totalidade”. Trata se de uma espécie de lente, porém, modulada em três aspecto ópticos que visam possibilitar a analise do fenômeno  do discurso teológico sem correr o risco de reduzir  sua complexidade. A imagem abaixo mostra o modelo da lente com os seus tres principais vetores e seus entrelaçamentos, que funcionaram como sub-vetores. Vamos inicialmente, conhecer cada vetor separadamente, observar sua especificidade e seu papel e bem mais à frente podemos observar a composição dos sub-vetores.  



Tríades da Teologia Transistórica


 Por: Marcio Ferreira de  Araujo Miyazato.  Estudante de Teologia - (FAETESF) e Pós-graduando em Semiótica Psicanalítica - PUC-SP.

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